Pugilista argelina inicia luta contra o cyberbullying
Imane Khelif, que subiu ao pódio como campeã olímpica, enfrenta agora uma nova batalha fora do ringue. Segundo o advogado Nabil Boudi, a pugilista decidiu levar o caso à Justiça, submetendo uma queixa ao Ministério Público de Paris.
A investigação criminal deverá identificar não apenas os iniciadores desta campanha de difamação, mas também aqueles que contribuíram para o linchamento digital da atleta. “O assédio sofrido pela campeã de boxe continuará a ser a maior mancha destes Jogos Olímpicos”, sublinhou o advogado nas redes sociais.
Uma vitória sob intensa pressão
Imane Khelif sagrou-se campeã olímpica após derrotar a chinesa Yang Liu, campeã mundial em 2023, na final da sua categoria de peso. No entanto, o seu percurso até à vitória foi marcado por intensas campanhas de desinformação e críticas, centradas em especulações sobre o seu género.
A controvérsia começou logo no seu combate de estreia, onde eliminou a italiana Angela Carini em apenas 46 segundos, após a adversária abandonar o ringue em lágrimas. Este episódio gerou uma onda de questionamentos e ataques à identidade de Khelif.
Lin Yu-ting também alvo da “campanha misógina, racista e sexista”
Não foi apenas Imane Khelif a enfrentar estas questões durante os Jogos Olímpicos. A taiwanesa Lin Yu-ting, duas vezes campeã mundial, também foi alvo de especulações sobre o seu género. Lin, que competiu na categoria de -57 kg, venceu a polaca Julia Szeremeta, conquistando o ouro em Paris 2024.
Ambos os casos destacam um problema persistente no desporto, onde atletas femininas são frequentemente sujeitas a escrutínios e julgamentos baseados em preconceitos e estereótipos.