A polícia de West Midlands, no Reino Unido, decidiu que os adeptos do clube israelita Maccabi Tel Aviv não poderão entrar no estádio no jogo da Liga Europa marcado para 6 de novembro de 2025 frente ao Aston Villa. A decisão, apoiada pelo Safety Advisory Group (SAG) – órgão que supervisiona a segurança nos eventos desportivos em Inglaterra –, foi tomada depois de se considerar que não existem condições para garantir a segurança pública durante esta partida.
O pano de fundo: violência e tensões anteriores
A medida surge após episódios de violência associados aos adeptos do Maccabi em Amesterdão, no ano anterior, quando foram filmados a entoar cânticos racistas, a agredir moradores e a vandalizar símbolos de apoio à Palestina. Os confrontos resultaram em dezenas de detenções e reacenderam tensões entre grupos pró-Israel e pró-Palestina na Europa.
A explicação das autoridades britânicas
A polícia de West Midlands declarou que a prioridade é “garantir a segurança de todos e manter tolerância zero com qualquer forma de crime de ódio”. Na nota referiu que a classificação do jogo como “alto risco” resulta de uma avaliação que inclui “inteligência atual e incidentes anteriores, incluindo confrontos violentos e ofensas de crimes de ódio” que envolveram o clube israelita.
Reacções políticas e mediáticas
Apesar das razões de segurança apresentadas, a decisão gerou críticas políticas. O primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, qualificou o bloqueio dos adeptos como “uma decisão errada” e sublinhou que “não se tolera antissemitismo nas nossas ruas”. Grupos representativos da comunidade judaica no Reino Unido também manifestaram descontentamento, considerando o acto “perverso” por proibir adeptos de assistirem a uma partida por não se poder garantir a sua segurança.
Consequências e futuros desafios
A ausência dos adeptos visitantes num encontro europeu tão relevante coloca vários desafios logísticos e simbólicos. Para o Aston Villa, o ambiente de jogo altera-se, e para o Maccabi Tel Aviv trata-se de uma mancha reputacional adicional. Do lado organizador do futebol europeu, a situação acende o debate sobre até que ponto se pode excluir adeptos por razões de segurança e até que ponto compete às autoridades locais gerir o risco sem se sobrepor aos princípios de inclusão.
