Encontro com o Primeiro-Ministro
Pedro Pichardo, atleta de 31 anos e medalhado de prata no triplo salto no Stade de França, cruzou-se com o primeiro-ministro, Luís Montenegro, durante uma visita deste à Aldeia Olímpica. Pichardo aproveitou a oportunidade para sugerir a realização de uma reunião com Montenegro, sublinhando a importância de os governantes do país dialogarem não só com os dirigentes desportivos, mas também com os próprios atletas.
“Cumprimentei-o hoje, ele deu-me os parabéns. Aproveitei para transmitir a mensagem de que gostaria de marcar um encontro com ele. Não sei se será possível, nem como se processam estas coisas, mas fiz questão de expressar essa vontade”, afirmou Pichardo aos jornalistas.
Relação próxima com os atletas
Após conquistar a prata, Pichardo destacou a relevância de os políticos conversarem diretamente com os atletas. Segundo ele, é fundamental que as entidades responsáveis pelo desporto em Portugal entendam as necessidades e preocupações dos atletas, ao invés de se limitarem a falar apenas com os dirigentes.
“Seria positivo se pudessem ouvir o nosso lado. Precisamos de saber se as coisas estão a correr bem, se há algo que possa ser melhorado. Isso é essencial, não só para mim, mas para o desporto português em geral”, frisou o atleta.
Críticas ao apoio governamental
Na véspera, após conquistar a sua segunda medalha para Portugal, o campeão olímpico de Tóquio 2020 criticou o Governo pela sua falta de apoio a modalidades que não sejam o futebol, um fator que, segundo Pichardo, o leva a considerar o término da sua carreira. “Ainda não decidi [se vou retirar-me]. Ontem falaram-me de mais uma competição, uma etapa da Liga de Diamante. O meu empresário ligou-me ontem e veio hoje à Aldeia para discutir isso”, revelou.
Reflexão sobre a sua prestação
No sábado, Pichardo mostrou-se mais resignado com a sua medalha de prata, após ter perdido o ouro para o espanhol Jordan Díaz por uma diferença mínima de dois centímetros. “Já aceitei o resultado. Ontem não correu como esperava, cometi vários erros. Mesmo assim, estou satisfeito com a prata. Qualquer medalha olímpica é motivo de orgulho. Já tenho uma de ouro em casa, agora tenho mais uma para juntar. Estou feliz, apesar de ter desejado ganhar”, partilhou o atleta.
Controlo antidoping desmedido
Pichardo também esclareceu porque não esteve presente na conferência de imprensa de sexta-feira, explicando que não foi informado da mesma e que, nesse momento, estava a ser submetido a mais um controlo antidoping.
“Já fiz mais de 20 testes antidoping consecutivos. Não compreendo porquê. São sempre testes de sangue. Vão a minha casa, aparecem fora de horas, durante os treinos. Sinto que me estão a perseguir. Nunca tive problemas com doping, nunca acusei positivo, nunca fugi a um teste. Não sei o que se passa. Já apresentei uma reclamação através do meu empresário”, afirmou Pichardo.
