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FIFA Exclui Jogadores Portugueses da Seleção de Macau: “Não faz sentido”

- FIFA Exclui Jogadores Portugueses da Seleção de Macau: "Não faz sentido"

Decisão afeta a preparação para a Taça Asiática 2027

A FIFA confirmou a exclusão de cinco jogadores portugueses da seleção masculina de Macau por não possuírem o passaporte da região semiautónoma chinesa. A informação foi avançada esta sexta-feira pelo selecionador Lázaro Oliveira, que explicou que a decisão foi ratificada pela FIFA após uma imposição da Confederação Asiática de Futebol (AFC).

Jogadores chave excluídos das próximas partidas

A decisão afeta diretamente quatro jogadores fundamentais para a seleção: o capitão Nicholas Torrão, de origem luso-sul-africana, Filipe Duarte, formado no Benfica e antigo internacional jovem por Portugal, o central Vítor Almeida e o avançado Iuri Kaewchang Capelo. Estes jogadores estavam nos planos de Lázaro Oliveira para os jogos do play-off de qualificação para a Taça Asiática 2027, contra o Brunei, marcados para 5 e 10 de setembro.

Apesar do desafio acrescido, o selecionador mantém-se focado: “Agora é pôr o foco nos jogadores que estão presentes e tentar rentabilizá-los ao máximo para que possam fazer dois bons jogos e tentar passar”, afirmou.

Impacto a médio prazo

A médio prazo, a exclusão poderá afetar também David Kong Cardoso, jogador do Fabril do Barreiro, que atualmente disputa o Campeonato de Portugal e que, apesar de estar lesionado, poderia ser uma opção para a seleção de Macau.

Vítor Almeida, radicado em Macau há quase nove anos, considera a decisão injusta: “Há sensivelmente oito meses, jogámos o apuramento para o Mundial, em que não houve problema nenhum”, recordou. O defesa referiu ainda que a exclusão é particularmente injusta para jogadores como Nicholas Torrão, que já representa Macau há mais de 20 anos, e para Iuri Capelo, nascido na região há 31 anos.

Sentimentos de frustração e desilusão

Iuri Capelo, jogador do Benfica de Macau e filho de mãe tailandesa e pai português, expressou a sua frustração: “Nós todos trabalhamos, não vivemos do futebol. Então requer algum esforço da nossa parte ir aos treinos e é sempre um orgulho poder representar o local onde nascemos”. Capelo explicou que, para obter o passaporte de Macau, teria de renunciar à sua nacionalidade portuguesa, algo que não pretende fazer.

Preocupações sobre o futuro das camadas jovens

A situação levanta questões sobre o futuro do futebol em Macau, especialmente para jovens não chineses. Vítor Almeida, que também lidera uma escola de futebol, sublinhou a importância de não “ficar resignados e desistir”, para garantir que os jovens da região continuem a ter a oportunidade de representar Macau, mesmo não sendo cidadãos chineses.

Reação da Associação de Futebol de Macau

A Associação de Futebol de Macau confirmou a exclusão, justificando-a com regulamentos da AFC aprovados em 2021. A associação lamentou a ausência de exceções para jogadores que representam Macau há muitos anos e garantiu que continuará a tentar reverter a decisão junto da FIFA, embora tenha excluído a hipótese de recorrer ao Tribunal Arbitral do Desporto, na Suíça.

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