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Júlio Ferreira: “Tornou-se insustentável continuar a perseguir este sonho”

- Júlio Ferreira: "Tornou-se insustentável continuar a perseguir este sonho"

Despedida do Taekwondo

Júlio Ferreira, aos 30 anos, decidiu encerrar a sua carreira no taekwondo, uma trajetória marcada por conquistas internacionais, mas também por desafios. A maior tristeza do atleta é nunca ter conseguido participar nos Jogos Olímpicos.

“Enfrentámos muitas dificuldades ao longo da carreira. Nos anos em que podia ter crescido mais, acabámos por nos contentar com soluções temporárias. Com a idade ideal para atingir o auge aos 23 ou 24 anos, agora, sem a qualificação olímpica e sem a bolsa do Comité Olímpico de Portugal (COP), tornou-se insustentável continuar a perseguir este sonho”, explicou Júlio.

Reflexão e palavras de gratidão

Apesar das dificuldades, Júlio Ferreira está grato ao COP, ao Sporting de Braga, à Universidade do Minho, à FADU, e aos seus treinadores Joaquim Peixoto e Pedro Campaniço. No entanto, reconhece que o taekwondo em Portugal ainda está a recuperar, e que sem apoio suficiente, tornou-se impossível continuar. “Só com mais recursos e apoio é que poderia continuar”, admitiu.

Após a retirada de Rui Bragança, a maior figura do taekwondo português, em abril, Júlio Ferreira, campeão europeu em 2016 e medalha de bronze em 2014, na categoria de -74 kg, acredita que a modalidade enfrentará grandes desafios nos próximos anos.

Percurso conturbado

Júlio lembra as dificuldades que o taekwondo em Portugal enfrentou, como a falta de apoios do Estado, o que prejudicou a geração seguinte. “Era preciso que tivessem aprendido connosco e tido outras oportunidades. Agora, existe uma lacuna. Fizemos o que pudemos, mas não foi suficiente. Duvido que tão cedo surjam atletas ao nível em que nós estivemos”, avisou.

Entre as suas maiores mágoas, Júlio destaca o falhanço na qualificação para os Jogos Olímpicos, especialmente para Tóquio 2020, onde ficou a um combate de distância do sonho. Em Paris 2024, encontrou o campeão olímpico Maksim Khramtsov na última tentativa.

Uma nova Era

O momento mais feliz da sua carreira foi a medalha de bronze nos I Jogos Europeus, em Baku 2015. “Esse pódio foi para todos, desde o meu staff até ao COP. Foi uma vitória partilhada… e um momento especial”, lembrou.

Agora, Júlio Ferreira, que nunca esquecerá os colegas de treino – Joana Cunha, Rui Bragança, Mário Silva, Michel Fernandes, Nuno Costa e Renato Pereira – está a trabalhar num escritório de arquitetura, onde completa o estágio para a Ordem dos Arquitetos.

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