“O ciclista português é muito disponível e facilitador”
O diretor da Movistar, equipa com tradição na contratação de ciclistas portugueses, deixou rasgados elogios ao ciclismo nacional. Eusébio Unzué, que lidera a formação desde 2008, destacou as qualidades dos corredores lusos como sendo profissionais de fácil gestão e com grande capacidade de trabalho.
No entanto, apesar do histórico positivo, a Movistar não tem atualmente nenhum ciclista português no radar, lamentando apenas as oportunidades perdidas de contratar João Almeida e António Morgado.
Movistar: uma equipa de referência
Fundada em 1980 por José Miguel Echavarri, a equipa agora conhecida como Movistar é a mais antiga do World Tour. Com nomes históricos como Pedro Delgado, Miguel Induráin e Alex Zülle, a formação espanhola dominou o ciclismo mundial durante uma década. Desde cedo, tornou-se um destino natural para ciclistas portugueses, como Orlando Rodrigues, Cândido Barbosa e Rui Costa, contando atualmente com Nelson Oliveira e Ruben Guerreiro nas suas fileiras.
“Portugal é um viveiro de talento”
Unzué reconheceu o potencial do ciclismo português, referindo que vê o país como “um viveiro de talento”. Embora não conheça pessoalmente a nova promessa nacional, Afonso Eulálio, que se destacou na Volta a Portugal e na Volta às Astúrias, o diretor garantiu estar em contacto com pessoas que acompanham de perto os juniores e sub-23 em Portugal. “Podemos trazer alguns no futuro”, afirmou.
Almeida e Morgado: oportunidades perdidas
Unzué não escondeu a frustração por não ter conseguido assegurar dois dos maiores talentos portugueses da atualidade. “Tentámos contratar tanto João Almeida como António Morgado, mas acabaram por escolher outros caminhos. Teria sido ótimo tê-los. Morgado já mostrou uma grande qualidade este ano, e Almeida tem-se afirmado como um excelente corredor, com perfil de líder ocasional e gregário de luxo. Contudo, ele tem de apoiar o seu grande líder, o senhor Pogacar, que requer toda a atenção”, disse, numa alusão às responsabilidades de Almeida na UAE Emirates.
Sobre Ayuso
Questionado sobre a possibilidade de contratar Juan Ayuso, jovem estrela da UAE Emirates que tem sido alvo de críticas após o Tour, Unzué mostrou interesse, mas reconheceu que, por agora, é uma possibilidade distante. “Quem não gostaria de o ter? É um ciclista que qualquer equipa desejaria, mas ele tem contrato e, para já, acredito que continuará onde está”, explicou.
A situação de Ruben Guerreiro
Por fim, Unzué comentou o estado de Ruben Guerreiro, que tem enfrentado dificuldades físicas. “Ele não teve sorte este ano, esteve parado três meses devido a duas hérnias nas costas, mas já está a recuperar e esperamos que possa regressar em breve ao seu melhor nível”, concluiu o diretor da Movistar.
